Conversas de rapazes…
“Então man, tudo bem?
Que grande orgasmo hoje... comprei uma lingerie como prenda de Natal, 90 EUR... completamente transparente... fica-lhe um espectáculo... sou mesmo bom a comprar essa porcaria... só pelo orgasmo já valeu o dinheiro... imagina... uma lingerie fabulosa, umas botas, como todas as Holandesas gostam de comprar, sim nem imaginas as gatas que vês na Holanda a passar com mini saia e umas botas, claro nas suas bicicletas, elas adoram botas, de cano alto e usam com calças de ganga, por fora das calças, e com mini mini saias, fabuloso, mas continuando, botas lingerie, de pé e um espelho... hmmm... é bom estarmos na flor dos 33 e ainda a fazer umas coisas novas...”
Bem, passando à frente a parte do orgasmo, por este ser relativo - ao meu amigo, à sua namorada e ao espaço cognitivo de ambos – não havendo em espaços relativos nada a questionar ou a discutir com proveito, foquemo-nos na parte circunstancial do evento por este necessitar de um esclarecimento/ comentário/ explicação/ aparte/ provocação/ análise/ observação/ interpertação/ etc: “mas continuando, botas lingerie, de pé e um espelho... hmmm...”.
Que grande orgasmo hoje... comprei uma lingerie como prenda de Natal, 90 EUR... completamente transparente... fica-lhe um espectáculo... sou mesmo bom a comprar essa porcaria... só pelo orgasmo já valeu o dinheiro... imagina... uma lingerie fabulosa, umas botas, como todas as Holandesas gostam de comprar, sim nem imaginas as gatas que vês na Holanda a passar com mini saia e umas botas, claro nas suas bicicletas, elas adoram botas, de cano alto e usam com calças de ganga, por fora das calças, e com mini mini saias, fabuloso, mas continuando, botas lingerie, de pé e um espelho... hmmm... é bom estarmos na flor dos 33 e ainda a fazer umas coisas novas...”
Bem, passando à frente a parte do orgasmo, por este ser relativo - ao meu amigo, à sua namorada e ao espaço cognitivo de ambos – não havendo em espaços relativos nada a questionar ou a discutir com proveito, foquemo-nos na parte circunstancial do evento por este necessitar de um esclarecimento/ comentário/ explicação/ aparte/ provocação/ análise/ observação/ interpertação/ etc: “mas continuando, botas lingerie, de pé e um espelho... hmmm...”.
É importante debater e questionar onde estaria o espelho para entendermos até que ponto “ainda” estariam “a fazer umas coisas novas...”. Fixado no tecto à lá Motel de terceiro mundo?, não havendo no facto nada de novo nem de velho nem de ousado - a menos que o espelho se desprendesse durante o acto; Vertical na parede do quarto?, sendo a mais provável das aplicações e, também, a mais conservadora em todo o evento; Ou, assente cuidadosamente no chão, qual Sabina e o seu espelho na Insustentável Leveza do Ser de Millan Kundera. A opção do espelho no chão, embora não seja totalmente criativa, uma vez que foi descrita por MK há alguns anos atrás, parece-me a que melhor se encaixaria nas botas de cano alto, pretas, na lingerie transparente e na personalidade arrojada do meu amigo. Há um risco associado a esse cenário, especialmente se a nossa parceira usa botas de tacão alto e nós, os parceiros, nos encontramos descalços sobre o mesmo espelho. Há um risco do espelho se quebrar e de nos esvairmos em sangue, um preço insignificante a pagar por algum alento.
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